Esta resolução não dá um passo atrás no seu apoio a uma política de imigração da UE que é responsável pela morte de milhares de pessoas no Mediterrâneo, na sua esmagadora maioria jovens procurando fugir a guerras, à criminalidade, ao desemprego, à miséria e à fome, na busca de melhores condições de vida para si e para as suas famílias apesar dos riscos da travessia. O reforço do FRONTEX deixa clara a intenção de manter e aprofundar uma política que transformou a UE numa fortaleza onde, para chegarem, os imigrantes se têm de submeter ao tráfico e às redes criminosas que proliferam na sombra da repressão e da criminalização dos imigrantes. E insiste-se na orientação do estabelecimento de acordos com os países de trânsito ou de origem para levarem a cabo o papel sujo da repressão e do impedimento da chegada à UE. A defesa do aprofundamento destas políticas permite antever os limites do eventual estabelecimento de uma comissão de inquérito no PE. Seria ingenuidade partir de um pressuposto em que a mesma maioria que trata os imigrantes como criminosos poderia conduzir uma comissão de inquérito no estabelecimento de conclusões diferentes. Daí o nosso voto contra.