Intervenção de

Situação nas Honduras e a posição da UE

O golpe de estado consumado nas Honduras a 28 de Junho constituiu um acto contra a livre expressão política do povo hondurenho e os seus mais elementares direitos democráticos.

Desde então, o governo de facto tem vindo a tomar medidas de repressão contra o movimento popular que se manifesta nas ruas, instaurou um regime de bloqueio informativo, cerceamento das liberdades, perseguições, detenções ilegais, desaparecimentos e mesmo assassinatos de membros da resistência organizada ao golpe.

Tivemos oportunidade de testemunhar tudo isto na visita recente de uma delegação do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica às Honduras e à Nicarágua, onde nos encontrámos com o Presidente legítimo do país, Manuel Zelaya.

Perante estas circunstâncias, a reacção das instituições europeias é, no mínimo, ambígua. Ao inaceitável silêncio de uns somam-se os apelos de outros, feitos "às partes", para "que façam tudo o que estiver ao seu alcance para chegar rapidamente a uma solução política". Tratando por igual o que diferente é. Ocultando responsabilidades. Como se de um lado não estivesse um presidente democraticamente eleito e do outro um governo golpista que o deteve e expulsou do país, tomando ilegalmente o poder, pela força das armas.

O que o mais elementar respeito pela democracia exige das instituições europeias é uma condenação firme e enérgica do golpe de estado, implementando medidas que, no plano internacional, contribuam para aumentar a pressão sobre o governo golpista no poder e para o seu isolamento. Bem como o não reconhecimento, nem apoio, a qualquer processo eleitoral que seja realizado sem o prévio restabelecimento da legalidade democrática no país.

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