Declaração de voto de Sandra Pereira no Parlamento Europeu

Situação humanitária na Venezuela e crise dos migrantes e refugiados

Desde que existe enquanto tal, a República Bolivariana da Venezuela é vítima de ingerência. Nos últimos anos, o imperialismo vem intensificando essa ingerência, com o apoio expresso (financeiro, militar, terrorista, de inteligência, diplomático) à desestabilização sociopolítica do país; ou asfixiando-o economicamente, através do dumping petrolífero, do bloqueio comercial ou da aplicação de sanções. Ainda assim, com dificuldades óbvias, a Venezuela resiste e consegue minimizar os impactos desses ataques, mesmo no contexto da COVID-19.

O texto da resolução não surpreende: as mesmas acusações e ataques ao legítimo governo de Nicolas Maduro (sem pejo em reconhecer o fantoche Guaidó), com uma virulência que não tem paralelo, selectiva, atacando a soberania de um país num lado para aplaudir um golpe militar noutro, em nome dos interesses geoestratégicos, do acesso a recursos e do aumento da influência política e económica da UE na região. Esta é mais uma resolução que expressa a herança do colonialismo e o imperialismo que são estruturais da UE.

É urgente uma política que seja consentânea com a Carta das Nações Unidas e com o Direito Internacional; é essencial garantir o respeito pela soberania da República Bolivariana da Venezuela e do seu povo, onde destacamos os milhares de portugueses e lusodescendentes.

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