Intervenção de Sandra Pereira no Parlamento Europeu

Situação humanitária de emergência nas ilhas gregas, especialmente das crianças - garantir a proteção, relocalização e reunificação familiar

É revoltante a situação descrita pelos Médicos sem Fronteiras dos vários milhares de crianças nos campos de refugiados nas ilhas gregas. São crianças que lutam por comida em campos sobrelotados, dormem na lama, sofrem de graves problemas psicológicos.
Deixam de comer, beber, dormir, muitas automutilam-se, tentam o suicídio, e algumas acabam mesmo por conseguir pôr fim à vida.
Estas crianças e adolescentes fugiram da fome e da guerra, sobretudo do Afeganistão, Síria, Iraque e Somália - países destruídos por agressões militares nas quais a União Europeia e as suas potências têm responsabilidades.
A mesma UE que se quer arvorar paladina dos direitos humanos convive hipocritamente com uma situação que criou. A sobrelotação destes campos não se desliga das políticas migratórias cada vez mais selectivas, restritivas e desumanas que a UE promove.
A UE tem, por isso, dupla responsabilidade.
O que se exige é o fim da desestabilização, ingerência e agressão sobre países terceiros, e o escrupuloso cumprimento do direito internacional em matéria de migrações.

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