Pergunta ao Governo N.º 2539/XII/2

Situação e futuro dos trabalhadores da empresa ASIBEL Construções SA, com sede na Batalha, distrito de Leiria

Situação e futuro dos trabalhadores da empresa ASIBEL Construções SA, com sede na Batalha, distrito de Leiria

Estivemos esta manhã em contacto com os trabalhadores da empresa de construção civil ASIBEL Construções S.A., com sede na Batalha, Portugal.
Há vários dias que os 180 trabalhadores foram deixados à porta da empres a, não lhe tendo sido distribuído trabalho.
Esta situação ocorre ao cabo de mais três meses a trabalhar sem receber, em que os trabalhadores foram levados pela administração a um quadro inaceitável de salários em atraso (Abril, Maio e Junho).
Em Abril deste ano, a empresa anunciou que iria apresentar um plano de viabilidade e resolver a situação. Os trabalhadores receberam ontem uma “comunicação interna” da administração da empresa anunciando a intenção de recorrer a um processo de insolvência, remetendo para aí toda e qualquer questão.
Esta empresa, no ano de 2012, faturou cerca de 26 milhões de euros. E ao contrário do que alguns poderiam imaginar, há muito trabalho para esta empresa e são muitos os contratos em curso de norte a sul do país, com empreitadas de obras públicas que vão desde construção e remodelação de estradas até grandes trabalhos de abastecimento e saneamento de águas, infraestruturas urbanas, etc., etc.
Entretanto, surgem profundas preocupações sobre a transferência de materiais, máquinas e equipamentos da ASIBEL para uma outra empresa, propriedade da mesma família, designada SOGEAI, e sobre o significado desta operação associada a esta vergonhosa e inaceitável atitude sobre os trabalhadores.
Trata-se de uma situação que está a deixar em angústia e desespero centenas de famílias do concelho da Batalha, confrontados com uma total incerteza sobre o futuro da empresa e dos postos de trabalho.
Assim, ao abrigo do disposto na alínea d) do Artigo 156.º da Constituição da República Portuguesa e em aplicação da alínea d), do n.º 1 do artigo 4.º do Regimento da Assembleia da República, perguntamos ao Governo, através do Ministério da Economia e
Emprego e do Ministério das Finanças, o seguinte:
1. Que informação tem o Governo relativamente a esta grave situação?
2.Que intervenção tem sido desenvolvida pelas autoridades competentes no acompanhamento e apuramento dos contornos deste processo?
3.Que urgentes e concretas medidas vão ser desenvolvidas para a salvaguarda dos postos de trabalho e dos direitos dos trabalhadores da ASIBEL Construções?
4.Como se explica a falta de investigação e fiscalização, e a aparente impunidade e tranquilidade com que estes patrões estão a levar por diante esta operação?

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