Declaração de voto de Sandra Pereira no Parlamento Europeu

Situação em Mianmar/Birmânia

O golpe militar de 31 de janeiro em Mianmar, que incluiu a tomada de poder por militares reaccionários e a prisão, entre outros, do presidente em funções, Win Myin, e de dirigentes da Liga Nacional para a Democracia (LND) contraria os recentes progressos democráticos enquadrados nas eleições de 2010, 2015 e de novembro de 2020 (nas quais a LND tinha reforçado significativamente a sua maioria parlamentar).

Este acto brutal terá naturalmente consequências para os direitos das populações de Myanmar e para os que, naquele que é um dos países mais pobres do mundo, lutam por uma realidade mais justa, equitativa, digna e solidária. No entanto, esta resolução não se desliga dos interesses do imperialismo nesse país - localizado entre a China e a Índia, rico em recursos naturais, nomeadamente energéticos - nem da dualidade do apoio dessas forças (onde se inclui a UE) ora ao reaccionarismo dos militares, ora ao colaboracionismo das forças oposicionistas domesticáveis, em função dos que melhor podem servir, num dado momento, os seus interesses.

Nem se desliga dos impactos da aplicação de sanções pela UE nas populações já terrivelmente empobrecidas daquele país, apelando exactamente à sua aplicação. Por isso não aprovámos a resolução. Ainda que o golpe mereça, naturalmente, a nossa total rejeição.

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