Intervenção de

Situação do sector do Têxtil e vestuário<br />Intervenção de Pedro Guerreiro

São preocupantes e inaceitáveis as recentes declarações do Comissário Peter Mandelson que, fazendo eco dos interesses dos grandes distribuidores e retalhistas na União Europeia, anuncia a intenção de autorizar a entrada de dezenas de milhões de produtos têxteis actualmente retidos em alfândegas, por ultrapassarem os quantitativos definidos no acordo celebrado com a República Popular da China. Como teria sido necessário que o Comissário tivesse tido o mesmo empenhamento na defesa da produção têxtil europeia, por exemplo, com a activação das cláusulas de salvaguarda, quando há muitos meses atrás esta enfrentou, e continua a enfrentar, uma verdadeira enxurrada de importações. Sublinhe-se que a actual situação vem evidenciar quem na União Europeia está realmente a ganhar com a liberalização do comércio do têxtil: os grandes importadores e distribuidores, que aumentam para níveis cada vez mais desmesurados as suas margens de lucro. É muito o que está em causa. É a indústria do têxtil e do vestuário na União Europeia, evitando a destruição de muitos milhares de empresas e postos de trabalho, com as suas gravíssimas consequências económico-sociais.

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