Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

A situação no Mali

Tal como na altura alertámos, a agressão à Líbia teria não apenas consequências gravíssimas para o seu povo - que se confronta com o retrocesso social, com a instabilidade e a conflitualidade - mas também para toda a região. Ao norte do Mali chegaram armas e equipamento militar, na sequência da agressão militar da França, da Grã-Bretanha, dos EUA e da NATO na Líbia, incendiando ainda mais a tensa situação interna.

A ocorrência deste golpe de Estado junta-se a outras situações de grande instabilidade que se vivem na região do Sahel e da Africa Ocidental, região imensamente rica em recursos naturais, particularmente energéticos, despertando por isso o interesse e os intentos neocoloniais das potências europeias, dos EUA e da NATO.

Em vez de contribuir para uma solução pacífica, a maioria do PE opta pela ingerência e pelo apoio a uma intervenção militar europeia no âmbito da PESD, o que, a concretizar-se, só acrescentará mais factores de instabilidade e perigo de novos conflitos aos existentes, como o confirmam anteriores intervenções do mesmo tipo, nomeadamente no continente africano.

O que se impõe é o apoio incondicional a uma solução política pacífica para o conflito no Mali, sem interferências externas, salvaguardando a soberania dos malianos e a integridade territorial do país.

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