A situação da prestação de cuidados de saúde no Concelho de Cascais está a atingir níveis preocupantes de carência e dificuldades.
Desde logo pela situação de enorme dificuldade que se tem vindo a registar no Hospital de Cascais que, apesar de ser novo, tendo em conta os efeitos da sua gestão privada.
A saída de inúmeros profissionais, incluindo muitos dos que vieram do velho hospital é uma realidade. Em concreto regista-se a saída de um elevado número de enfermeiros, em virtude da não renovação de contratos, a que se pode somar a saída de mais 50 cujos contratos terminam em Abril e Maio.
É também factor de perturbação a política de desaproveitamento dos profissionais transitados do antigo Hospital, que se manifesta por exemplo na contratação em grande quantidade de profissionais externos para exercerem funções de chefia ou coordenação, aliás nalguns casos por muito pouco tempo.
Por outro lado acentuam-se as dificuldades de acesso devido à falta de transportes públicos das várias localidades para o Hospital, a que se acrescenta o faço de o estacionamento nesta unidade ser pago para os utentes.
Entretanto continua a não ser dada utilidade concreta às velhas instalações do Hospital, frequentemente referidos como possibilidade para prestação de cuidados continuados, para além do também encerrado Hospital de Sant’ana.
No que diz respeito aos cuidados primários de saúde registam-se 75 mil utentes sem médicos de família, cujo acesso a consultas de recurso está cada vez mais limitado, tendo em conta a concentração das mesmas na Parede e Alcabideche.
Assim, e ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, venho requerer através de V. Exa., à Senhora Ministra da Saúde, resposta às seguintes perguntas:
- Como avalia a situação de recursos humanos no Hospital de Cascais?
- Que avaliação faz em relação à política de recrutamento de chefias sobretudo em outras unidades?
- Como avalia as condições físicas de acesso ao Hospital, designadamente pela falta de transportes públicos e pelo estacionamento pago?
- Que perspectivas existem para o aproveitamento das duas unidades encerradas com a abertura do novo hospital?
- Como prevê o Ministério enfrentar a grave situação de acesso aos cuidados de saúde primários?