A morte de civis durante um bombardeamento da NATO e as perdas humanas e materiais das forças ocupantes transformaram as últimas semanas num dos períodos mais negros dos últimos anos no Afeganistão.
Um ataque aéreo da Aliança Atlântica matou oito mulheres e feriu pelo menos outras cinco. Num primeiro momento, a NATO qualificou o raide aéreo como "cirúrgico" e alegou que os alvos atingidos seriam cerca de 50 taliban, mas face às provas apresentadas pelas autoridades locais e aos testemunhos populares, a NATO admitiu, posteriormente, que o bombardeamento também vitimou as oito mulheres que se encontravam num vale a recolher lenha.
Entretanto recrudesceram também os ataques de grupos taliban a bases da NATO e incidentes violentos entre membros das forças ocupantes e das forças de segurança afegãs. Uma investida levada a cabo por um grupo de quase duas dezenas de homens vestidos com uniformes dos EUA, provocou as perdas materiais mais significativas num ataque do género em dez anos de ocupação. Seis aviões foram destruídos, outros dois ficaram fortemente danificados, bem como pontos de abastecimento e hangares.
Na sequência destes desenvolvimentos, a NATO decidiu restringir a realização de patrulhas conjuntas entre soldados da ISAF e militares e polícias afegãos, cuja adesão à resistência à ocupação é cada vez mais relevante.
Em face dos acontecimentos, perguntamos à Alta Representante/Vice-Presidente da Comissão:
1. Que avaliação faz de mais estes acontecimentos?
2. Tendo em conta que na resposta à pergunta E-006622/2012, sobre vítimas civis dos raides aéreos da NATO, a Comissão diz lamentar estas vítimas mas desresponsabiliza-se do sucedido, afirmando que a "responsabilidade pela conduta das operações militares no Afeganistão é da exclusiva competência da NATO e dos respectivos países membros", não considera que a continuação desta chacina justifica uma tomada de posição pública a favor do fim imediato da ocupação do Afeganistão pelas forças da NATO?
3. Tendo em conta o papel de apoio à ocupação da missão EUPOL Afeganistão, e em face do fracasso desta missão que a situação no terreno evidencia, considera a possibilidade da sua retirada imediata?