Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

A situação na Birmânia/Mianmar

A realização de eleições para o parlamento nacional de Mianmar - que valorizamos enquanto expressão de independência e soberania deste povo - foi o momento escolhido pela maioria do PE para justificar a mudança de rumo político e diplomático, propondo novos instrumentos para a ingerência da UE nos assuntos internos deste país. O pragmatismo dos interesses do grande capital e das grandes potências que a maioria do PE serve exige uma mudança na abordagem a este país. A localização geoestratégica de Mianmar, entre a China e a Índia, e os seus recursos naturais, nomeadamente energéticos, podem desempenhar um papel importante para a UE e para os seus aliados na NATO, nomeadamente para os EUA.

É evidente que a preocupação da maioria do PE tem pouco a ver com o povo deste país. Na resolução não existe uma referência ao facto deste ser um dos países mais pobres do mundo. Muitos anos de conflito entre diferentes etnias e o poder central (herdado de uma presença colonial que desde sempre explorou as diferenças étnicas) continua a empurrar a esmagadora maioria da sua população para a mais profunda pobreza e miséria. Consideramos fundamental que o PE não esqueça futuramente que um dos direitos democráticos é o direito inalienável à soberania nacional.

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