Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

A situação dos Direitos Humanos na região do Sahel

Este relatório inclui alguns aspectos com os quais estamos em desacordo. A ideia transversal a todo o texto de que os países da região sofrem de uma espécie de “vírus da corrupção”, que a “doença” é crónica e que não existe nenhuma responsabilidade da ocupação colonial nem da forma como as potências coloniais trataram estes países e os seus povos, é inaceitável. Como é falsa a ideia de que nada tem que ver igualmente com a ingerência e os conflitos que as potências da UE e os EUA têm levado a cabo na região. O conflito no Mali e as consequências desastrosas para o seu povo são apresentados como uma consequência exclusiva do conflito interno, escamoteando responsabilidades da intervenção da França neste país (que o relatório apoia). Branqueiam-se também as consequências do ataque militar contra a Líbia e do apoio político e militar aos grupos terroristas pelas potências da NATO. Escamoteia-se o papel destes grupos na proliferação de armas com origem na Líbia, que posteriormente foram utilizadas em toda a região do Sahel e no Médio Oriente.
Não podemos, no entanto, deixar de referir positivamente a constatação de que só poderá haver soluções para a região do Sahel com o exercício do direito inalienável do povo sarauí à sua autodeterminação.

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