As medidas relativas à promoção do reconhecimento e defesa da qualidade de determinadas produções agrícolas são positivas, tendo indiscutivelmente um papel importante seja na valorização das produções e, por essa via, do rendimento dos produtores, seja na informação ao consumidor e na promoção de hábitos de consumo saudáveis.
Mas o que os sistemas de qualidade não podem ser é a panaceia para a resolução dos múltiplos problemas com que hoje se debatem a agricultura e o mundo rural, em especial nas regiões menos desenvolvidas.
No quadro da persistência das políticas de liberalização e desregulação dos mercados de produtos agrícolas será muito difícil assegurar a continuidade de muitas produções de grande qualidade e com enorme relevância do ponto de vista da coesão do tecido económico e social rural.
O mesmo podemos dizer da persistência das políticas que esmagam os rendimentos e o poder de compra da generalidade da população.
São umas e outras políticas que têm que ser alteradas, também em nome da defesa das produções locais de qualidade.