Relatório Muscat sobre o tema “Rumo a
uma maior consolidação no sector dos serviços financeiros da União Europeia”
As cinco maiores multinacionais não
financeiras, que permanecem no TOP 7 desde 1990, tinham, em 2003, activos de
cerca de 1280 mil milhões de dólares, ou seja, mais de 3% do PIB mundial. A
maior multinacional financeira, o Citibank, detinha, sozinha, o mesmo número de
activos, o que mostra bem o peso que o sector financeiro tem na economia real.
Quando se fala de consolidação do
sector dos serviços financeiros, visa-se, exactamente, a consolidação do
mercado interno dos serviços financeiros e a integração dos mercados
financeiros, com vista a abolir as barreiras que ainda existem à circulação de
capitais e fomentar as fusões e aquisições de empresas, nomeadamente no sector
bancário, para poderem competir no mercado globalizado.
Ora, é contra esta opção, expressa
na resolução do PE, do qual o euro é um instrumento e cujos objectivos estão
traçados no plano de acção para os serviços financeiros, que nos manifestámos.
A progressiva financeirização da
economia real não só potenciou importantes perdas de emprego como tem
contribuído para parasitar a economia real, nomeadamente desviando investimento
produtivo, bem como para fomentar crises financeiras (depois económicas),
devido, nomeadamente, à grande volatilidade dos mercados financeiros e às
bolhas especulativas que cria. Esta economia de casino só tem potenciado os
lucros das grandes empresas de corretagem, mas sobretudo da Banca.
Daí o nosso voto contra.