O Hospital de Valongo tem estado sujeito a um processo de redução gradual de valências, não tendo em conta as necessidades das populações que procuram respostas para os seus problemas de saúde. Apesar de este hospital servir todo o concelho de Valongo e algumas
freguesias dos concelhos de Gondomar e Paredes, podendo atingir uma população perto dos 200 mil utentes, é encarado pelo Governo como apenas um complemento do Hospital de S. João, unidade com a qual constitui o Centro Hospitalar de S. João.
A recente decisão de encerramento das urgências de pediatria, a par de outras alterações realizadas anteriormente, quer ao nível dos serviços de apoio, quer ao nível dos cuidados médicos prestados, decorre da argumentação oficial de estabelecer diferenciação entre as duas
unidades do Centro Hospitalar, ao invés de privilegiar os cuidados de saúde de proximidade necessários às populações. Com estas opções, apenas estão a ser beneficiados os grupos promotores das unidades privadas de saúde em detrimento do Serviço Nacional de Saúde
(SNS), do interesse dos utentes e à custa do dinheiro dos contribuintes.
Neste contexto, importa recordar a intenção do Governo em encerrar, por completo, o serviço noturno das urgências do Hospital de Valongo, decisão que chegou a estar tomada e com data de aplicação estabelecida, mas que foi travada pela onda de justos protestos que suscitou. Na altura, há cerca de um ano, procurava-se substituir o serviço noturno de urgências por uma ambulância de piquete, como se o serviço e a capacidade de resposta de ambos fossem comparáveis.
Enquanto sobem de forma escandalosa as taxas moderadoras é crescente também a falta de poder de compra das populações para adquirirem medicamentos, são extintas as especialidades e os meios de diagnóstico, os médicos, enfermeiros e outros profissionais de
saúde diminuem, com propostas aliciantes do sector privado, alguns dos centros de saúde prometidos há anos não passam de promessas, como é o caso do centro de saúde de Alfena e de Campo.
Ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicitamos ao Governo que, por intermédio do Ministério da Saúde nos sejam prestados os seguintes esclarecimentos:
1.Que alterações foram realizadas nos serviços e valências do Hospital de Valongo nos últimos três anos?
2.Quais os meios materiais e humanos afetos ao serviço de urgência?
3.Perspetiva, este Ministério, alguma alteração ao funcionamento do serviço de urgência no futuro?
Pergunta ao Governo N.º 1356/XII/3.ª
Serviços do hospital de Valongo
