Logo na Primeira Página da Comunicação, a Comissão Europeia escancara um objectivo, no mínimo, questionável, e cito "Evitar que os trabalhadores sejam vítimas de acidentes graves ou de doenças profissionais e promover a saúde dos trabalhadores ao red3wlongo da sua vida profissional é fundamental para que possam trabalhar até mais tarde". Não podemos deixar de elogiar a sinceridade. Passemos a explicar uma outra versão da história: o direito à segurança, higiene e saúde no desempenho da actividade profissional é um direito social dos trabalhadores, conquistado por décadas de lutas, o que impõe o respeito pelo direito à integridade física, à prevenção dos acidentes, das doenças profissionais, das doenças relacionadas com o trabalho e à promoção da saúde no local de trabalho.
Em Portugal existem vários problemas de Saúde e Segurança no Trabalho que resultam, desde logo, pela falta de fiscalização das leis que já estão consagradas, o que significa a complacência com o patronato. Não há inspecção porque os serviços estatais, que devem fiscalizar as infracções das empresas neste domínio, estão simplesmente a ser desmanteladas em nome do cumprimento da meta do défice. É esta a realidade que torna tão distante a realidade, resultante de orientações da UE, e um discurso supostamente preocupado com os trabalhadores.