O relatório aborda um problema cuja persistência, sem que tenha até à data sido encontrada uma solução consistente para o travar, constitui motivo de séria preocupação: o do enfraquecimento geral e contínuo das colónias de abelhas e o declínio das populações de polinizadores naturais.
Sendo certo que algumas das propostas pontuais que constam do relatório poderão ser importantes, sobretudo no curto prazo, julgamos que a abordagem feita e a filosofia que o inspira não são as mais correctas. Sobretudo, o relatório não toca numa questão de fundo, indissociável deste problema, que diz respeito à necessária alteração dos modelos produtivos vigentes e das políticas - como a PAC - que lhe dão suporte.
Por essa razão, apoiámos a resolução alternativa, que, infelizmente, acabou por não ser aprovada. Nesta resolução é feita uma importante crítica aos modelos de agricultura intensiva, baseados numa elevada incorporação de pesticidas, e propõem-se modos de produção sustentáveis alternativos, respeitadores e promotores da biodiversidade, com propostas concretas para os alcançar.
Ela não está todavia isenta de contradições, em especial no que diz respeito aos OGM e à manifesta inversão do princípio da precaução, já que a moratória no cultivo deverá ser anterior aos estudos e não posterior, conforme é erradamente defendido.