Podemos louvar o princípio de arrumar legislação, substituindo 50 directivas e regulamentos e mais de 400 outros atos legislativos, usando uma perspetiva holística que junta saúde humana e animal num único conceito de saúde pública e procura igualmente integrar a questão do bem estar animal como um elemento base no estado sanitário das nossas espécies domésticas.

Contudo, tal propósito é naturalmente arriscado uma vez que transporta de forma subjacente a ideia segundo a qual é possível e desejável atribuir mais poderes às instituições europeias na gestão sanitários e no controlo e erradicação das principais zoonoses. Nada mais falso. Uma boa gestão sanitária implica proximidade e conhecimento do terreno. Afastar os centros de decisão dos países e das regiões pode representar um erro trágico para a saúde afinal e consequentemente para a saúde pública.

O que a UE poderia e deveria fazer é mudar radicalmente a PAC, uma vez que esta gera a produção intensiva, a emergência de novas doenças e o uso intensivo de medicamentos. Isto sim seria um grande passo para melhorar a saúde afinal é diminuído impacto das zoonoses.