A Comissão Europeia enunciou três objectivos políticos para o futuro mercado único da energia: 1. Criar um mercado de electricidade à escala da UE; 2. Criar uma abordagem da UE para a segurança do aprovisionamento de energia; 3. Reforçar a cooperação regional no sector da energia, em especial no que diz respeito a investimentos em novas centrais, interligações e a regimes de apoio, bem como à integração das energias renováveis no mercado único. Uma agenda indissociável dos objectivos dos grandes grupos europeus do sector e das potências que defendem os seus interesses. No essencial, o relatório defende a liberalização do “mercado da energia”, pressionando os Estados-Membros a acelerarem o processo de privatização do que ainda é público. Sem reconhecer que, contrariando miríficas promessas, nem trabalhadores nem consumidores beneficiaram com a liberalização. Muito pelo contrário! Aumentaram lucros à conta do emprego, salários e direitos dos trabalhadores e dos preços pagos pelos consumidores. A energia é um sector estratégico, fundamental a um desenvolvimento económico soberano do país, apoiado no conhecimento científico, no progresso tecnológico e na sustentabilidade ambiental. Razão suficiente para dever ser conservado na esfera pública, sob escrutínio e controlo democráticos. Este relatório é incompatível com estes princípios. E esta é razão bastante para o nosso voto contra.