Intervenção de Sandra Pereira no Parlamento Europeu

Romper com a política energética da UE

As diferentes recomendações que a Comissão faz aos Estados-Membros sobre o armazenamento de energia, no âmbito da anunciada reforma do mercado da energia, não trazem nada de novo.
Em todo este pacote, a Comissão Europeia não só não responde aos problemas concretos que resultam da liberalização do sector como pode agravá-los.

É flagrante que a União Europeia, tanto perante o conteúdo das propostas apresentadas, como de acordo com a sua reiterada prática política, visa salvaguardar os interesses dos grandes grupos privados do sector energético e dar continuidade a um mercado manifestamente contaminado pelas suas naturais características monopolistas, agravadas por práticas oligopolistas.

Consideramos que são necessárias medidas para o armazenamento da energia - e o desenvolvimento tecnológico será fundamental para a sua eficiência, mas o que os povos precisam, em simultâneo, é que se rompa com a política energética da UE; e que se afaste esta política assente na liberalização do sector, e que os Estados recuperem a propriedade pública e o comando estratégico sobre as principais empresas do sector energético, o restabelecimento de serviços de energia públicos de qualidade e a planificação nacional e democrática do desenvolvimento do sistema energético, apoiado no conhecimento científico, no progresso tecnológico e na sustentabilidade ambiental. Incluindo a prospeção, o aprovisionamento, produção, transporte, e comercialização das diferentes formas de energia.
Como a realidade não se cansa de demonstrar, a energia, por ser um bem público, não deve ficar dependente de contingências de mercado que a ameaçam.

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