Sr.ª Presidente,
Srs. Deputados,
Não deixa de ser curioso que, perante uma declaração política sobre a situação económica e social, o PSD não tenha feito qualquer referência à agudização da pobreza e ao desemprego e que o CDS diga que os portugueses estão ainda muito longe de sentir os indicadores positivos. Pois estão, Sr. Deputado João Almeida, e estão cada vez mais longe de sentir esses efeitos porque o que o Governo tem feito é degradar as condições de vida de milhares e milhares de portugueses. Aliás, trata-se de dois partidos que, na oposição, gostam de falar dos reformados, dos pensionistas, dos jovens e que, quando chegam ao poder, arruínam a vida de milhares de famílias e tornam cada vez mais difícil que milhares de jovens continuem no País.
Aliás, este é o Governo que é responsável — e é campeão nisso — por dizer aos jovens que emigrem, que não fazem cá falta. Este é o Governo responsável por desperdiçar a geração mais qualificada de sempre do regime democrático português, mas aquela que também é mais atacada nos seus direitos.
Portanto, estamos conversados sobre aquilo que o PSD e o CDS-PP pensam do futuro do País, isto é, que o futuro do País não sabe aos jovens portugueses e que a sua alternativa é emigrar.
Relativamente ao que significa a agudização da pobreza, do desemprego, da precariedade, da substituição de trabalhadores com direitos por trabalhadores sem direitos, entendemos que este caminho de retrocesso não serve a nenhum dos jovens porque não serve ao País.
Relativamente a esta matéria, importa pôr os pontos nos ii, Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos. É que o nível de desemprego e de pobreza é inseparável da aplicação das medidas da troica. Aliás, não é possível falar, hoje, da troica e das suas medidas sem falar da recessão económica, da agudização da pobreza infantil a níveis alarmantes e da agudização da pobreza e da exclusão social.
Por isso, temos de fazer-lhe uma pergunta com toda a frontalidade. Não é possível falar de desenvolvimento e económico e social e insistir no dito Memorando de Entendimento. Não é possível falar do combate ao desemprego e da defesa do emprego com direitos e insistir num retoque do dito Memorando.
Aliás, Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos, era até importante perceber se o PS acompanha o PCP, porque deixámos de ouvir o Partido Socialista falar disso, quanto à necessidade urgente da demissão do Governo e da convocação de eleições antecipadas. É que, para nós, cada dia a mais deste Governo no País é um dia a menos para o País. Este Governo, a cada dia que passa, encontra sempre forma de agravamento da exploração e das condições de vida do povo português. Por isso, entendemos que este Governo deve ser demitido urgentemente e devem ser convocadas eleições.
Sendo o PS subscritor do pacto com a troica, a questão que lhe colocamos, Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos, é no sentido de saber se reconhece que este pacto nada de bom trouxe ao País, que só trouxe mais miséria e mais fome e que, por isso, deve ser derrotado, assim como este Governo e esta política!