Este relatório revê o Consenso Europeu sobre o Desenvolvimento, tendo em conta as diversas alterações do quadro externo nele mencionadas. O relatório contém pontos que se consideram importantes, como a definição da política de desenvolvimento tendo por base a resolução das exclusões, apoiada na participação das populações, na definição estratégica do país cooperante, ou o apoio ao desenvolvimento de políticas fiscais que combatam a evasão e a corrupção. No entanto, sob uma retórica capacitadora do princípio da ajuda pública e da cooperação internacional, este relatório quer aprofundar a lógica do apoio ao desenvolvimento através de parcerias público-privadas e da abertura de linhas de crédito aos países em desenvolvimento, contribuindo mais para a dependência do que para a melhoria das condições de vida das populações. Propõe, ainda, sinergias entre a política de segurança europeia e a de desenvolvimento, em termos monetários e outros meios. Neste sentido, entende-se que o sentido que este relatório apresenta vai na direcção contrária à de uma política de cooperação que valorize mais os recursos e as populações dos países apoiados que as empresas, os bancos e a perspetiva expansionista da UE, pelo que não podemos acompanhá-lo.