Desde sempre alertámos para os perigos que o apoio à realização do referendo na então região sul do Sudão, estimulado e financiado pela UE, EUA e ONU – e pela maioria do PE – representava. Alertámos que o apoio à destruição da unidade do país geraria confrontação e desestabilização das duas partes, com potenciais efeitos para toda a região. Infelizmente a realidade confirma esse alerta com o regresso do conflito entre norte e sul pela definição de fronteiras. EUA, UE, Israel aproveitaram o conflito existente até 2005, exacerbaram a pobreza, injustiças sociais, diferenças étnicas e religiosas (o norte é árabe-muçulmano e o sul africano-cristão) e empurraram os povos para a secessão por razões de interesse próprio geoestratégico e de aproveitamento das consideráveis reservas de petróleo e de vários minérios importantes no Sul.

É necessário defender uma solução política pacífica para o conflito, livre de qualquer ingerência externa, apoiando o diálogo entre as partes e soluções mutuamente aceites para o problema da definição de fronteiras e para a partilha das receitas do petróleo. O envio de mais forças da ONU, como defendido nesta resolução, e a sua "presença permanente" poderá não constituir o contributo necessário para um verdadeiro processo de unidade e de paz para esta região.