Lendo esta resolução fica claro que o que está em marcha é a tentativa de fazer tábua rasa das responsabilidades dos EUA, da Grã-Bretanha, da França e da UE na situação actual do Iraque e da Síria, com o objectivo de levar ainda mais longe a desestabilização destes países, gerando o caos para melhor controlar os seus recursos naturais. Os que alertam hipocritamente para os perigos da constituição de um Califado Islâmico no Iraque e na Síria são os mesmos que há não muito tempo defendiam abnegadamente o apoio (com armas, treino, financiamento) a estes grupos quando eles combatiam o governo da Síria. Os que ontem eram aliados (ISIS) tornaram-se (em aparência) inimigos, uma grande ameaça para os países da UE e para os EUA. Apela-se nesta resolução à formação de uma "coligação internacional", pede-se à Liga Árabe que entre em campo, saúda-se a decisão de alguns países da UE entregarem armas a novos aliados dentro do Iraque, prepara-se uma nova agressão a países e povos (Iraque e Síria) vítimas de uma política de dividir para reinar, procuram-se novos argumentos para levar a cabo o que não tinha sido conseguido na Síria - derrubar o governo - e para acicatar ainda mais as divisões internas no Iraque.