Seria ingenuidade pensar que as forças que dominam o PE e que apoiaram a implementação da denominada "zona de exclusão aérea" na Líbia, abrindo caminho à agressão da NATO em 2011, pudessem arrepiar caminho. Não podem. É da sua natureza promover a ingerência nos assuntos internos dos países e a violação da sua soberania com a negação do inalienável direito de autodeterminação dos povos, fomentar a agressão e a guerra, a ocupação, a violação do direito internacional e da carta da ONU, carácter uma vez mais reiterado nesta resolução. No registo de crimes de que é cúmplice conta-se a morte de milhares de civis inocentes, uma crise humanitária, destruições maciças da infra-estrutura, a desestabilização total do Estado da Líbia, uma situação de caos e uma guerra civil em curso. A Líbia é um país destruído pela luta intestina de vários grupos de extrema-direita e de carácter obscurantista, racista e xenófobo, fomentados e apoiados pela NATO e pela UE, os mesmos que de forma hipócrita a maioria do PE alerta para a ameaça que eles constituem para a UE, os mesmos que ontem eram os seus aliados quando se tratou de deitar a mão aos recursos petrolíferos daquele que era o primeiro produtor africano.