O agendamento deste tema é a expressão da instrumentalização dos debates sobre “casos de violação dos direitos humanos, da democracia e do primado do direito” por parte da maioria do PE. O caso invocado constitui apenas uma oportunidade para que as mesmas forças da direita e da social-democracia que acicataram e apoiaram vários nacionalismos dentro da Jugoslávia para a destruir continuem o ajuste de contas entre vencedores e vencidos e a difundir a única versão que iliba as potências da UE e da NATO dos crimes cometidos na Jugoslávia, particularmente a França, a Alemanha e os EUA. Numa resolução que deveria focar a violação de direitos humanos, muito havia seguramente a dizer nesse campo sobre a agressão da NATO, invocando “razões humanitárias” mas recorrendo ao uso de armas com urânio empobrecido cujos efeitos criminosos permanecerão por muitas gerações.
Apontando o dedo ao nacionalismo sérvio, a maioria do PE coloca-se do lado do nacionalismo croata e bósnio. Esta postura não contribui em nada para pacificar as relações entre povos que durante tantos anos conviveram pacificamente sobre a bandeira da Jugoslávia. Serve antes para manter as divisões, o caldo do domínio da UE e da NATO na região.