Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

Resolução sobre a preparação do Conselho Europeu, de 12 e 13 de Dezembro, em Bruxelas<br />Declaração de Voto de Ilda Figueiredo

É de salientar que nem começa nada mal esta resolução, co-assinada, mais uma vez, pela direita e social democracia, ao constatar a prolongada estagnação económica e os altos níveis de desemprego existentes na UE. No entanto, em vez de avançar com a necessária modificação das políticas capitalistas neoliberais, causa da actual crise económica e social, pelo contrário - e outra coisa não seria de esperar por parte das forças políticas que têm a responsabilidade por tal situação -, reafirma-as: manutenção do Pacto de Estabilidade, concretização da "Estratégia de Lisboa", abertura dos mercados (serviços postais, transporte de passageiros, céu único europeu), maior flexibilização dos mercados de trabalho. Não deixando de derramar algumas "preocupações" com as suas consequências sociais. A resolução reafirma, ainda, uma política criminalizadora e repressiva da imigração, a chantagem sob os países do alargamento de, em caso de não adopção da legislação comunitária, serem penalizados nos fundos, o apoio à actual situação no Iraque, ocupado militarmente, a militarização da UE, sem afectar a NATO. De igual modo, reafirma a ambição de reequilibrar as relações com os EUA, respondendo aos "reais interesses comuns e capacidades das partes", entenda-se dos grandes grupos económico/financeiros. São prioridades políticas nos antípodas das reais e urgentes necessidades dos trabalhadores e dos povos. Daí o voto contra.

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