Resolução sobre o Iraque:rapto e maus tratos de mulheres

É importante denunciar que as mulheres iraquianas são vítimas de diversas formas de violência, incluindo assassinatos, imolação, privação, ameaças, abusos, calúnias, assédio e mutilação genital. A resolução aprovada pela maioria do PE aponta responsabilidades ao Estado Islâmico (EI) - e bem! - mas escamoteia que esses crimes são igualmente perpetrados por grupos armados, milícias, forças do Governo iraquiano, forças estrangeiras, empresas militares e de segurança privadas, mercenários, sendo a maioria dos crimes cometida com total impunidade. Escondem que a situação se agravou exponencialmente com a invasão, ocupação e agressão dos EUA e seus aliados, acicatando ainda mais as divisões étnico-religiosas, promoveu o sectarismo e o integrismo religioso, destruiu simultaneamente as estruturas do Estado e as condições de vida dos iraquianos, abrindo caminho à imposição da lei do mais forte e a um caldo de cultura onde não são reconhecidos direitos às mulheres, reinando a impunidade dos crimes hediondos contra elas cometidos. Foi este quadro de destruição do Iraque, da sua soberania e dos seus recursos naturais que abriu caminho ao EI que os EUA e os seus aliados da UE, da NATO e da região dizem querer travar o avanço, o que acabará por piorar a vida dos iraquianos e em particular das mulheres.

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