É hipócrita que o Parlamento Europeu se encontre agora muito preocupado que as Análises Anuais do Crescimento e as recomendações específicas por país adoptadas até ao momento como parte dos ciclos anuais do Semestre Europeu não tenham sido “alinhados” com os objectivos sociais e em matéria de emprego da Estratégia Europa 2020.
Como é que tal poderia acontecer? Se são as políticas neoliberais que têm sido aplicadas como matriz da Estratégia UE 2020, através dos Planos Nacionais de Reforma, da governação económica e do semestre europeu, as quais contribuem para o agravamento da crise social e económica, tornando a vida dos trabalhadores e das suas famílias cada vez mais difícil, impondo um modelo de baixos salários e de precariedade generalizada, aumentando o desemprego e a pobreza, destruindo serviços públicos essenciais.
Defendemos a revogação da Estratégia UE 2020 e a sua substituição por uma Estratégia de progresso e justiça social através do reforço e da mobilização de recursos orçamentais tendo em vista o aumento da produção em países deficitários, defendemos o apoio às PMEs, o combate ao desemprego e à precariedade, a criação de emprego com direitos, a salvaguarda e a valorização de serviços públicos.
Lamentamos que as alterações que apresentámos nesse sentido tenham sido rejeitadas pela maioria do Parlamento.