O golpe de estado levado a cabo pelos sectores mais reaccionários da oligarquia ucraniana lançou a Ucrânia num verdadeiro caos, com a total ausência de ordem pública e o desmoronamento do sistema de segurança, imperando no país o poder dos grupos armados de extrema-direita, nacionalistas e fascistas. Forças que recorrem à chantagem, à intimidação, à violência, à ocupação de edifícios do Partido Comunista da Ucrânia (nomeadamente a sua Sede Central em Kiev) e roubo de bens, incluindo dos seus meios de comunicação, obstaculizando a sua actividade política, tendo mesmo tentado ilegalizá-lo. Estes são os aliados com que a maioria do PE se congratula e com os quais quer assinar um acordo de Livre Comércio e um pacote de injecção de capital que destruirá ainda mais a economia e as vidas dos ucranianos. O poder instalado em Kiev tem o apoio da UE, dos EUA e da NATO, potências que desde a primeira hora promoveram a ingerência e acicataram a desestabilização do país (incluindo financeiramente) para garantir o seu domínio, avançando simultaneamente na sua estratégia de provocação e cerco à Rússia. Os que invocam hoje hipocritamente a violação do direito internacional e da soberania e integridade territorial da Ucrânia, foram os mesmos que ontem os violaram grosseiramente, na Ucrânia, mas também na Jugoslávia, Iraque, Afeganistão, Síria, Líbia. Hipocrisia.