Esta proposta de regulamento é mais uma machadada nas soberanias nacionais e na possibilidade de desenvolver este sector no sentido da sua utilidade à economia real e às necessidade de países como Portugal. O resultado final deste processo fica-se pela criação de maiores dificuldades, custos e obstáculos aos bancos de pequena escala, ao mutualismo e ao sector cooperativo, promovendo uma ainda maior concentração e centralização da riqueza nos grandes bancos, as suas operações especulativas e a dependência dos estados face ao crédito fornecido por estes gigantes dos "pés de barro".
Erige-se a contenção do crescimento da alavancagem no sistema bancário e o desenvolvimento de amortecedores de liquidez mais robustos como objectivo supremo, mas tal não passa de uma declaração hipócrita que visa mascarar a sujeição de todo o sector às mesmas regras, procurando eliminar aquelas que em alguns casos ainda defendiam - ou tinha o potencial para defender - a especificidade nacional de cada país e as necessidades de financiamento da economia real a que os bancos deviam estar obrigados. O que esta situação vem colocar mais uma vez a nu é a necessidade de um controlo público do sector financeiro por via da sua nacionalização, medida que contribuiria para o necessário financiamento da economia real.