Organizações agrárias e populares da Colômbia iniciaram no dia 19 de Agosto uma Greve Nacional, Agrária e Popular, reivindicando uma Reforma Agrária Estrutural que, no quadro da procura de uma solução para o conflito social e armado, assegure a justiça social, o direito à terra e ao território enquanto única forma de assegurar a soberania nacional do país.
Para além das justas reivindicações sobre o direito à terra e de outras exigências históricas dos camponeses colombianos, a mobilização chama a atenção para as consequências ruinosas dos Tratados de Livre Comércio (TLC), nomeadamente com a UE, exigindo o seu fim imediato.
As autoridades colombianas estão a reprimir fortemente as paralisações. Durante os oito dias que decorreram desde o seu início foram detidas mais de 200 pessoas, 80 ficaram feridas, muitos delas com armas de fogo e uma pessoa foi assassinada.
O governo colombiano tem-se recusado até agora a qualquer diálogo com a Mesa Nacional de Interlocução Agrária (MIA), onde estão representadas um elevado número de organizações de diferentes sectores. Ontem foi detido Huber Ballesteros, porta-voz do MIA, Membro do Comité Executivo da Central Unitária de Trabalhadores e membro do Conselho Nacional da organização social e política Marcha Patriótica.
Está também marcada para 29 de Agosto uma grande jornada de protestos e de apoio à Greve Nacional.
Pergunto ao Conselho:
Condena os actos repressivos das autoridades colombianas contra o livre exercício dos direitos políticos e democráticos da oposição e o desrespeito das autoridades colombianas pelos direitos fundamentais do seu povo?
Pretende efectuar algum tipo de diligência junto das autoridades colombianas para o fim imediato das prisões de activistas sindicais, sociais e políticos e a libertação dos activistas presos?
Que consequências têm estes actos repressivos para o relacionamento com o governo colombiano?
Não considera que uma vez mais fica demonstrado que os TLC apenas favorecem as grandes transnacionais e que os trabalhadores, os camponeses e os pequenos agricultores, os pequenos e médios empresários e comerciantes são as suas principais vítimas?