Declaração de voto de Sandra Pereira no Parlamento Europeu

Relatório sobre os relatórios 2019-2020 da Comissão sobre a Turquia

O processo de adesão da Turquia à UE - que antevia a possibilidade de expansão do mercado interno da UE de acesso ao médio-oriente e à Ásia Central, e de reforço da presença militar do imperialismo na região (dando ainda mais expressão à vinculação turca com a NATO) - não está isento de contradições que, neste momento, são impossíveis de mistificar. O aumento da agressividade da sua política externa, com o aumento das tensões no Mediterrâneo ou a violação deliberada da soberania territorial da República Árabe Síria, a retirada da Convenção de Istambul, não esquece que a repressão interna a comunistas, sindicalistas e às forças de esquerda e populares em geral já eram uma constante quando a Turquia e a UE protagonizavam relações mais coincidentes. O relatório não aponta naturalmente estas questões. Por outro lado, não podemos deixar de valorizar que no seu conteúdo se peça a redução das tensões, nomeadamente com a Grécia e o Chipre, como factor de diálogo e cooperação, bem como o pedido para que a Turquia reconheça este último país e termine a ocupação militar e demográfica da parte norte da ilha, em conformidade com diversas resoluções da ONU, permitindo, enfim, a reunificação cipriota.

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