A eficiência energética é uma questão candente, particularmente para países como Portugal com um enorme défice energético e uma significativa dependência face ao exterior. O relatório aborda a aplicação da Directiva relativa à eficiência energética. Aponta medidas interessantes e pertinentes, visando a poupança de energia. Fá-lo, porém, sempre no quadro estrito e redutor da chamada União da Energia e da visão liberalizadora e desreguladora que a norteia. O que constitui motivo fundamental de divergência face ao seu conteúdo. O relatório refere que as emissões de gases com efeito de estufa diminuíram 23% na UE entre 1990 e 2014. Não refere todavia o contributo para tal da crise económica, mais do que qualquer transição de paradigma energético. Cauciona o mercado do mercado e suas perversidades. Critica os elevados preços da energia para os consumidores industriais médios e para as famílias. Refere que os efeitos da redução dos custos através da poupança de energia são erodidos por impostos estatais. E passa ao lado dos lucros fabulosos e escandalosos dos monopólios e oligopólios privados que operam no sector. Assim como, evidentemente, passa também ao lado da necessidade do controlo público, democrático, do sector. Significando a sua propriedade e gestão públicas. Como meio imprescindível para alcançar desejados e proclamados objectivos económicos, sociais e ambientais.