Esta proposta de quadro financeiro, mais curta, menos solidária e cada vez mais orientadas para as políticas belicistas da União Europeia não é um acidente de percurso.
Insere-se numa linha de continuidade que vem do passado, com cortes na coesão, cortes na PAC e aumentos expressivos nas rubricas de segurança e defesa. Revela de forma eloquente o código genético desta União Europeia e a sua matriz neoliberal e militarista.
Esta proposta é má para a Europa e para Portugal. Para além dos cortes significativos, incluindo para as regiões ultraperiféricas, temos o reforço da condicionalidade, com a ligação da coesão ao semestre europeu, um aumento do cofinanciamento nacional e um crescente predomínio dos instrumentos financeiros.
Ou seja, temos um orçamento que, longe de compensar os impactos do mercado único e das políticas do euro nas economias periféricas, irá acentuar ainda mais as assimetrias entre países, reforçando os mais ricos à custa dos mais pobres. E esta a solidariedade europeia.