É oportuno lembrar que foi em nome da livre concorrência que justificaram as liberalizações e privatizações de sectores estratégicos da economia e o avanço do mercado sobre esferas crescentes da vida social.
Todos ganhariam, diziam-nos. É ver os resultados.
No sector eléctrico, a liberalização e o fim da integração vertical da produção e distribuição em empresas públicas trouxe aumentos da factura energética para as empresas e as famílias. Na mesma medida em que aumentaram os lucros dos monopólios antes públicos, hoje privados.
Nos transportes, a liberalização vem provocando a concentração monopolista à escala europeia em menos de meia dúzia de grandes empresas multinacionais que dominam quer o transporte de passageiros quer de carga.
São apenas dois exemplos.
Isto não está nem podia estar neste relatório.
Ao mesmo tempo continuam por abordar sérios entorses à concorrência, em sectores como a agricultura, fomentados por políticas como a PAC, e que arrasam produções nacionais.
Criar dificuldades à intervenção dos Estados; favorecer os grandes grupos económicos transnacionais: eis os objectivos e resultados práticos desta política de concorrência.