O PCP, pela sua história, luta, ideal e projecto, defende e pugna pela realização integral dos direitos políticos, económicos, sociais, culturais e nacionais dos povos.
Coerentemente, o PCP defende e pugna pela paz, pela resolução negociada dos conflitos internacionais, pelo respeito da soberania e independência dos Estados, pelo desanuviamento das relações internacionais e o desarmamento universal e controlado, pelo fim do colonialismo e de todas as formas de opressão nacional.
A perda de uma vida humana será sempre de lamentar.
No entanto a tentativa da sua instrumentalização política não pode deixar de ser referida.
É o caso do presente voto.
São divulgadas e conhecidas posições defendidas por Liu Xiaobo,
como a ideia da necessidade do colonialismo na China para assegurar o seu desenvolvimento, defendendo que este deveria durar 300 anos ou mais;
como o seu apoio à guerra e ocupação do Afeganistão, em 2001, ou à guerra e ocupação do Iraque, em 2003, apoio que manteve mesmo face ao horror e destruição da guerra e atrozes crimes cometidos:
como o apoio à política dos EUA face a Israel, que ocupa ilegalmente territórios da palestina e oprime o povo palestiniano;
ou ainda do seu apoio às agressões à Coreia ou ao Vietname por parte dos EUA;
posições que dificilmente podem ser defendidas por alguém que se proclame ser defensor dos direitos humanos, da democracia ou da paz.
É porque não embarca em cegos exercícios de instrumentalização dos direitos humanos e da democracia para fins que em nada têm a ver com a sua defesa, que o PCP se demarca deste voto.
Assembleia da República, 19 de julho de 2017