Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Relatório sobre a viabilidade da introdução de obrigações de estabilidade

A resolução aprovada cauciona todos os dogmas neoliberais que conduziram à criação do euro e da União Económica e Monetária (UEM). Cauciona a transferência da política monetária dos bancos centrais nacionais para o BCE, falsamente independente, sem qualquer controlo e funcionamento democrático e ligado aos interesses das grandes potências, particularmente da Alemanha. Apoia as ditas "reformas estruturais", a "consolidação orçamental", o "Pacto de Estabilidade", o "Tratado Orçamental" e as penalizações aos "incumpridores". Ou seja, a resolução aprovada cauciona e apoia a dita austeridade, visando impor a chantagem aos Estados-membros: impõe mais desemprego, mais impostos e menos salários, cortes nos direitos sociais e laborais, destruição de serviços públicos e a privatização de empresas públicas, retrocesso nas condições de vida, saque de recursos nacionais para o sector financeiro. É inadmissível a referência ao reembolso obrigatório "na íntegra" da dívida dos Estados-Membros, quando a renegociação destas é a única forma de possibilitar o crescimento económico.
Esta resolução cauciona o carácter crescentemente antidemocrático da UE, pela via da perda do poder de decisão por parte das estruturas de poder mais próximas dos cidadãos e que estes melhor controlam, os parlamentos nacionais, em áreas como os orçamentos nacionais ou a emissão de dívida pública, de acordo com as necessidades específicas de cada país.

  • União Europeia
  • Declarações de Voto
  • Parlamento Europeu