Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Relações do Parlamento Europeu com as instituições que representam os governos nacionais

Este relatório resulta sobretudo da má consciência do Parlamento Europeu, que vociferando contra o poder (exagerado e ilegítimo, dizem) do Conselho Europeu, verberando aquilo a que chamam o "método intergovernamental", e defendendo descabeladamente o "papel do Parlamento", a "co-decisão" e o "método comunitário", sempre mas sempre acaba por aceitar e reproduzir as posições do Conselho Europeu, mesmo aquelas que antes criticara. É o próprio Parlamento que se diminui e descredibiliza, como ficou claro com todo o processo de aprovação do Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020, em que o Parlamento acatou de forma obediente o que antes dissera jamais aceitar. Não é de estranhar, já que o Parlamento reproduz, por um lado, as desigualdades entre Estados que existem no Conselho e, por outro lado, as maiorias que existem nos governos dos Estados-Membros. Só esta repetida e fastidiosa farsa era desnecessária...
Agora, em cenário pré-eleitoral e para eleitor ver, avançam-se com mais umas quantas recomendações para reforçar o papel do Parlamento. Enfim, a habitual prova de vida. Inútil e inconsequente.
Para além de tudo isto, evidentemente rejeitamos toda a abordagem federalista subjacente a este relatório. Por isso votámos contra.

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