Este relatório resulta sobretudo da má consciência do Parlamento Europeu, que vociferando contra o poder (exagerado e ilegítimo, dizem) do Conselho Europeu, verberando aquilo a que chamam o "método intergovernamental", e defendendo descabeladamente o "papel do Parlamento", a "co-decisão" e o "método comunitário", sempre mas sempre acaba por aceitar e reproduzir as posições do Conselho Europeu, mesmo aquelas que antes criticara. É o próprio Parlamento que se diminui e descredibiliza, como ficou claro com todo o processo de aprovação do Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020, em que o Parlamento acatou de forma obediente o que antes dissera jamais aceitar. Não é de estranhar, já que o Parlamento reproduz, por um lado, as desigualdades entre Estados que existem no Conselho e, por outro lado, as maiorias que existem nos governos dos Estados-Membros. Só esta repetida e fastidiosa farsa era desnecessária...
Agora, em cenário pré-eleitoral e para eleitor ver, avançam-se com mais umas quantas recomendações para reforçar o papel do Parlamento. Enfim, a habitual prova de vida. Inútil e inconsequente.
Para além de tudo isto, evidentemente rejeitamos toda a abordagem federalista subjacente a este relatório. Por isso votámos contra.