Declaração de voto de Pedro Guerreiro no Parlamento Europeu

Relações comerciais e económicas com a China

Sendo impossível uma apreciação das múltiplas questões que esta resolução suscita, consideramos essencial sublinhar que defendemos o aprofundamento de reais e efectivas relações de cooperação entre os países que integram a UE e a China, baseadas na resposta às necessidades dos diferentes povos, mutuamente vantajosas e que contribuam para o desenvolvimento recíproco, respeitando o princípio da não ingerência e o respeito pelas soberanias nacionais.

Com base nestes princípios, apesar de a resolução conter alguns aspectos que partilhamos, claramente a rejeitamos por assumir como sua a matriz neoliberal, nomeadamente, pugnando pela prossecução da liberalização do comércio, neste caso, com a China.

A resolução, escamoteando as gravíssimas consequências da liberalização do comércio mundial, incentiva ao prosseguimento da abertura de mercados entre a UE e a China, insiste nos esforços de aceleração das negociações no quadro da OMC e "salienta que o novo Acordo de Parceria e Cooperação UE-China deve visar o estabelecimento de um comércio livre e equitativo".

Tal como é evidenciado noutras resoluções análogas do PE, o que se pretende é dar resposta às necessidades de expansão dos grandes grupos económicos e financeiros da UE, o que é contraditório com a resposta às necessidades dos trabalhadores e das pequenas e médias empresas dos diferentes países da UE, designadamente de Portugal.

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