Em Portugal, o caminho de devolução de direitos e rendimentos aos trabalhadores e pensionistas, de reversão de alguns dos aspectos mais negativos da política do anterior governo, ainda muito aquém do necessário, esse caminho, apesar de modesto e limitado, chocou e choca inapelavelmente com as imposições da União Europeia.
É clara a intenção de fazer implodir qualquer solução política que ponha em causa a orientação política dominante. A mesma que trouxe a Europa e, em especial a Zona Euro, a uma crise sem precedentes.
É esse o sentido do intolerável processo sancionatório aberto contra Portugal, e da chantagem que lhe está associada relativamente à suspensão de fundos, visando condicionar a discussão e elaboração do Orçamento de Estado para 2017.
Não é surpresa.
Apenas deixa mais claro a necessidade de uma ruptura com as imposições e chantagens.
A necessidade de recuperar a soberania monetária: uma moeda própria, um banco central desvinculado do BCE, uma gestão financeira, cambial e orçamental ajustadas às necessidades do País.
A par duma renegociação da dívida pública - nos seus prazos, juros e montantes - e da recuperação do controlo público sobre o sector da banca.