Os trabalhadores desempregados de longa duração são um alvo fácil das políticas que querem tornar a mão-de-obra mais barata e mais explorada. Se um trabalhador está mais de 12 ou 18 meses sem estar empregado, já se deveria sentir muito feliz com qualquer migalha. É este o pensamento de governos como o anterior governo de direita em Portugal que criou um programa de estágios para desempregados de longa duração, contribuindo directamente para a substituição de emprego com direitos por emprego precário, para a redução directa dos salários e, ainda por cima, subsidiando essa redução dos salários com dinheiros da segurança social.
É urgente dinamizar sectores da economia, como a indústria, que criem postos de trabalho. Mas é necessário também que seja cumprido o princípio de que a um posto de trabalho permanente corresponde um vínculo efectivo de trabalho e que todos estes modelos de trabalho precário sejam convertidos em contratos efectivos, quando respondem a necessidades permanentes. Parece simples e óbvio, então porque não se faz?