Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

Recomendação do PE sobre a situação no Iraque<br />Declaração de Voto de Ilda Figueiredo

É incompreensível que, na sua primeira posição na sequência da agressão dos Estados Unidos e seus aliados ao Iraque, o Parlamento Europeu adopte uma recomendação que, pela rejeição de uma alteração do meu Grupo, se nega a relembrar "que a situação de instabilidade actual, que constitui um perigo para o povo iraquiano e para a comunidade internacional, é a consequência do ataque injusto, ilegítimo e ilegal lançado pelos governos dos Estados Unidos, do Reino Unido e de outros países em 20 de Março de 2003". É inaceitável que o PE se recuse, pela rejeição de uma alteração da nossa iniciativa, a exigir "o regresso à legalidade internacional, com a retirada imediata das tropas de ocupação estrangeiras e a assunção pela ONU das suas responsabilidades nos termos da Carta das Nações Unidas, a fim de instaurar sem demora o poder de instituições verdadeiramente representativas, legítimas e democráticas, através da realização de eleições que garantam o restabelecimento da soberania do povo iraquiano". Cabe ainda referir, de modo crítico, que a recomendação se congratula com o que considera ser "a mudança de atitude da administração Bush, aceitando um papel mais activo da comunidade internacional", quando o que está em causa é, sobretudo, a partilha dos custos da ocupação e a resistência do povo iraquiano à ocupação. Daí o nosso voto contra.

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