Mais um escândalo está a levantar polémica sobre a complexidade das cadeias de indústria de alimentos na União Europeia.
Na última sexta-feira, foi noticiado que refeições pré-confeccionadas (lasanhas de carne e bolonhesas congeladas) da marca Findus – um grupo sueco agroalimentar e cuja carne procedia da Roménia – continham 100% de carne de cavalo, quando supostamente continham carne de vaca. Em 18 lasanhas de carne congelada do seu fornecedor francês Comigel, a Findus detetou 11 com 60% a 100% de carne de cavalo, de acordo com a Agência de Segurança Alimentar britânica (FSA).
De acordo com as últimas notícias, a produção destas refeições terá envolvido pelo menos meia dúzia de países da UE. As lasanhas terão sido produzidas no Luxemburgo. Porém, a carne foi importada de França, com “rótulos fraudulentos”. Nesses rótulos, a carne era designada como sendo de vaca, quando na verdade não era.
Em meados de Janeiro, inspectores irlandeses do sector agro-alimentar encontraram carne de cavalo em alguns hambúrgueres em redes de supermercados no Reino Unido, incluindo os supermercados Tesco, Iceland e Lidl.
Entretanto, também sete redes de supermercados francesas já retiraram das pratelerias algumas de suas refeições congeladas à base de carne, incluindo lasanha: Auchan, Casino, Carrefour, Cora, Monoprix, Grand Jury e Picard.
Solicito à Comissão Europeia que me informe sobre o seguinte:
1. Que avaliação faz sobre o sucedido? Considera existir alguma ligação entre estes dois casos?
2. Qual o papel das autoridades europeias nestes casos e que falhas foram, até ao momento, detectadas no sistema de rastreabilidade da UE?
3. Que medidas tomou ou vai tomar para impedir que situações destas se repitam no futuro?
4. Que países solicitaram, até à data, moratórias na importação de carne de vaca proveniente da UE?