A última saloíce governativa: oferta de uma plaquinha e jantarinho aos jornalistas que fizeram a cobertura da guerra do Iraque. A coisa teve mesmo nome e logótipo com a tonta designação «Operação Informar Portugal». Cabe, desde logo, perguntar quem é que decidiu tal «operação». Qualquer jornalista entenderá que o seu ofício é, exactamente, informar Portugal. Donde a qualificação «operação», entre o militar e o urgente, é pacóvia; os jornalistas «operam» todos os dias e, se não para informar de forma cósmica Portugal, pelo menos para informarem os portugueses que os lêem, vêem ou ouvem. Ninguém perguntou aos jornalistas que trabalharam no Iraque se se sentiam englobados nessa coisa a que o dr. Morais Sarmento chamou «operação» e à qual atribuiu a grave responsabilidade de informar e de abranger todo o País. Mas o precedente abre perspectivas de desvelo governamental interessante. «Operação Informar Portugal - Incêndios»: oferta aos periodistas envolvidos de um cocktail e de um extintor miniatura; «Operação Informar Portugal - tribunais»: lanche na Boa Hora e atribuição de um Código Civil Anotado; «Operação Informar Portugal - Saúde»: oferta de três garrafas de sumo laranja light e um electrocardiograma. Consta estarem em estudo as operações Informar Portugal «Escutas Telefónicas» e «Amostra».