Há factos que talvez não devessem merecer tanta atenção noticiosa. É o caso das cerca de trinta faltas ocorridas na Assembleia da República no dia da final de Sevilha. Mas a notícia saiu à rua, há que comentá-la.
Confesso que a minha própria ausência só podia (e só pode) ter uma explicação. Recebi um honroso convite pessoal dos dirigentes do FCPorto – prática com que me têm distinguido, porventura em função da disponibilidade de cooperação que temos mantido no acompanhamento do desenvolvimento dos projectos do clube. Não podia pois deixar de aceitar, até por se tratar de um acontecimento desportivo absolutamente ímpar e único.
Só que esta minha decisão pessoal não me permitiria estar presente no Parlamento naquela quarta feira. Confesso que, na altura, nem sequer pensei muito nisso nem nessa consequência. O meu desejo foi somente o de acompanhar o FCPorto naquela final. Logo que, (passados poucos dias), fui solicitado a justificar a ausência ao plenário, nem sequer me passou pela cabeça apresentar qualquer razão explicativa. Pelo que a minha ausência deveria ser formalmente considerada injustificada.
Como era notório não estive doente, não estive em trabalho político, não tinha integrado uma delegação que a AR tenha deliberado constituir para se representar na festa de Sevilha. Nunca tive dúvidas que nenhuma das razões regimentais existentes para justificar faltas parlamentares poderia ser aplicável àquela situação.
Milhares de portugueses que decidiram estar (e bem) com o FCPorto em Sevilha sabiam que corriam esse risco, o de faltar aos seus empregos e não ter a respectiva falta justificada. Mas isso não os impediu de lá estarem e aí comemorarem a vitória portista…