&quot;Produtividades&quot;<br />Ruben de Carvalho no &quot;Diário de Notícias&quot;

O relatório encomendado pelo Governo PSD sobre a economia portuguesa e a produtividade saiu um pouco pela culatra, embora um discreto silêncio atenue os inconvenientes. De facto, dizem os gurus que, mesmo do seu nada neutro ponto de vista de «economia de mercado», a legislação do trabalho portuguesa apenas contribuirá com valores da ordem dos 17% para as diferenças de produtividade portuguesa relativamente as exigentes médias usadas em comparação (Alemanha, França, etc). Sublinham, em contrapartida, dois importantes aspectos: o problema educativo e a componente tecnológica.Qualquer coisa não bate assim certo no discurso do dr. Bagão Félix e no furor governativo contra tudo o que seja direitos de trabalhadores e actividade dos sindicatos. O pretexto que é preciso «estimular» a produtividade está manifestamente errado.E a questão é que o problema da educação é uma área da responsabilidade do Estado e o investimento tecnológico é da competência patronal - e também do Estado. Talvez seja porque nem um nem outros fazem o que devem que se quer fazer pagar mais a quem trabalha. Em rigor, infelizmente não é novidade.

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