Que o Pacto de Estabilidade (PEC) foi coisa inventada pelos burocratas de Bruxelas e entusiasticamente aprovado, em 98, pelos nossos Governos, já o PCP o denunciava mesmo antes do euro (…).Que este PEC adoptou regras iguais para economias diferentes, e que os seus ditames foram sempre invocados pela ortodoxia monetarista, (em crescimento ou em recessão económica), já o afirmava o PCP desde Maastricht, quando se iniciou a caminhada para a “convergência nominal”.Que agora há mais gente a olhar o PEC de soslaio, desde que a estagnação económica nos bateu à porta e as suas consequências sociais começam a “entrar pela carne dentro” dos portugueses, é facto bem (re)conhecido.O resto também se sabe. Que foi a Comissão Europeia quem começou a chamar “estúpido” ao PEC; que até os socialistas começaram a reconhecer que era preciso alterá-lo; e que a imensa maioria começou a reconhecer que os investimentos não deveriam contar para os famosos 3% do deficit…Enfim, piruetas e saltos mortais sucessivos! Hoje, o mais fácil é encontrar “peritos” a jurar que nunca defenderam o PEC…O PEC “morreu” há já mais de um ano. Há dias procedeu-se apenas ao seu “enterro”. Durante a cerimónia, o Governo PSD/CDS realizou mais uma estrondosa reviravolta: afinal o PEC não se aplica aos “grandes”, as regras são só para alguns, o PEC é bom para Portugal e mau para a Europa…Descanse o leitor porque nem o Governo é ingénuo, nem vai apresentar um novo Orçamento de Estado! É que a invocação da crise, do deficit e do PEC é a melhor via para controlar as reacções e impedir que haja ainda mais indignação popular! É este o objectivo do Governo e pode até resultar, mas apenas até que seja imparável o número dos portugueses a perceber como estão a ser enganados!