A «mensagem de Natal» de Durão Barroso, tendo em conta todos os anúncios até hoje feitos pelo Governo, é um documento patético.

A ministra das Finanças anuncia que no próximo ano igualmente não conseguirá o défice em nome do qual se impuseram sacrifícios sem nome ao País. Falhanço, portanto. Mas Durão Barroso diz que 2004 vai ser melhor.

Na Saúde, reconhece-se que as listas de espera vão, no mínimo, continuar. Falhanço, portanto. Mas Durão Barroso diz que 2004 vai ser melhor.

Na Administração Interna nem sequer se conseguiu resolver o problema de comunicações para o Euro 2004, a PSP, a GNR, os serviços de informação estão na confusão que se sabe.

Falhanço, portanto. Mas Durão Barroso diz que 2004 vai ser melhor.

Os responsáveis da Protecção Civil anunciam, por um lado, que cresceram os riscos de cheias e, por outro, que a tragédia dos fogos florestais se pode reproduzir no próximo ano. Falhanço, portanto. Mas Durão Barroso diz que 2004 vai ser melhor.

O desemprego, a criminalidade, as falências, os problemas da justiça, a fuga aos impostos, o envolvimento de Portugal na agressão ao Iraque, tudo se agravou em 2003 e ninguém se atreve a prever melhorias. Excepto Durão Barroso, que diz que 2004 vai ser melhor.

Falhanço, portanto.