&quot;Assaltos&quot;<br />Ruben de Carvalho no &quot;Diário de Notícias&quot;

Há três, quatro anos, sustentando aliás uma clara ofensiva nesse campo dos partidos da direita então na oposição, a comunicação social, e particularmente as televisões, dedicaram doentia atenção à violência e criminalidade. Contudo, a maioria dos casos correspondia ao que a terminologia da justiça caracteriza como pequena delinquência, quase sempre associada à toxicodependência. Para quem é vítima de uma violência esta nunca é pequena, mas a experiência das sociedades ensina como a exacta avaliação dos problemas é essencial para a sua solução.Ora sucede que, num crescendo evidente, no curto espaço de três ou quatro dias, se verificaram, em locais tão diferentes como Faro e Barcelos, acções criminosas a revelarem cuidada organização e o recurso treinado a armamento sofisticado. Em Barcelos, os assaltantes, de armas em punho, isolaram uma rua durante meia hora, enquanto roubavam um pesado cofre, ferindo gravemente a tiro um inquilino que apenas assomou à janela. Em Faro, roubaram de um stand, arrombado com estrondo, dois automóveis de alta cilindrada.Isto não são roubos de esticão de um desesperado heroinómano.Não será estranha a discrição noticiosa e o silêncio oficial?

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